quinta-feira, 29 de março de 2007

Bem vindo(a)!

Seja bem vindo(a)! Esse blog é uma criação de alunos do primeiro período do curso de Administração da UFPE. A idéia principal é criar um espaço onde possamos discutir os diversos aspectos da Administração Financeira. Esse blog é uma continuidade do trabalho final da disciplina Introdução à Administração, e foi criado com a finalidade de não deixar o trabalho morrer, mas sim para podermos continuar aprendendo e trocando informações a qualquer tempo! Portanto, comentem, participem!

Os componentes do grupo são: Adiel, Alexandre, Davi, Fernando, Gabriel, Luciana, Luiz, Sarita, Vanessa, Vitor e Williams.

Esperamos que essa experiência seja proveitosa para todos!

Afinal, o que é administração financeira?

A administração financeira está estreitamente ligada à economia e contabilidade, podendo ser vista como uma forma de economia aplicada, que se baseia amplamente em conceitos econômicos. A importância da economia para o desenvolvimento do ambiente financeiro e teoria financeira pode ser melhor descrita em função de suas áreas mais amplas – MACROECONOMIA e MICROECONOMIA.

MACROECONOMIA: Estuda a estrutura institucional do sistema bancário, intermediários financeiros, o tesouro nacional e as políticas econômicas de que o governo federal dispõe para controlar satisfatoriamente o nível de atividade econômica dentro da Economia. A teoria e a política macroeconômica não conhecem limites geográficos: elas visam estabelecer uma estrutura internacional segundo a qual os recursos flutuam livremente entre instituições e nações, a atividade econômica seja estabilizada e o desemprego possa ser controlado.

MICROECONOMIA: As teorias microeconômicas fornecem a base para a operação eficiente da empresa. Visam definir as ações que permitirão à empresa obter sucesso. Os conceitos envolvidos nas relações de oferta e demanda e as estratégias de maximização do lucro são extraídas da teoria microeconômica. Questões relativas à composição de fatores produtivos, níveis “ótimos” de vendas e estratégias de determinação de preço do produto são todas afetadas por teorias no nível microeconômico. A mensuração de preferências através do conceito de utilidade, risco e determinação de valor estão fundamentados na teoria microeconômica.

Em empresas pequenas, a função financeira é geralmente realizada pelo departamento de contabilidade. À medida que a empresa cresce, a importância da função financeira normalmente leva à criação de um departamento financeiro separado – uma unidade organizacional autônoma, ligada diretamente ao presidente da companhia, através de um vice-presidente de finanças. O tesoureiro geralmente é responsável por conduzir atividades financeiras, tais como a administração de caixa, a elaboração de planos e decisões sobre investimentos de capital, a administração das atividades de crédito e administração da carteira de investimentos. O controller geralmente conduz as atividades contábeis relacionadas com impostos, processamento de dados, contabilidade de custos e contabilidade financeira.

As funções do administrador financeiro

ANÁLISE E PLANEJAMENTO: Esta função envolve a transformação dos dados financeiros em uma forma que possa ser usada para orientar a posição financeira da empresa, avaliar a necessidade de aumento da capacidade produtiva e determinar que tipo de financiamento adicional deva ser feito.

ADMINISTRAÇÃO DA ESTRUTURA DE ATIVO DA EMPRESA: O administrador financeiro determina a composição e os tipos de ativos encontrados no balanço da empresa. A composição refere-se ao valor em dinheiro dos ativos circulantes de fixos. Depois que a composição estiver fixada, o administrador financeiro precisa determinar certos níveis “ótimos” de cada tipo de ativo circulante e tentar mantê-los. Deve também detectar quais são os melhores ativos fixos a serem adquiridos e saber quanto os ativos fixos existentes se tornarão obsoletos e precisarão ser modificados ou substituídos. A determinação da melhor estrutura de ativo para a empresa não é um processo simples, requer o conhecimento das operações passadas e futuras da empresa, e a compreensão dos objetivos que deverão ser alcançados a longo prazo.

ADMINISTRAÇÃO DE ESTRUTURA FINANCEIRA DA EMPRESA: Esta função é relacionada com o lado direito do balanço da empresa. Duas decisões importantes precisam ser feitas a respeito da estrutura financeira da empresa. Em primeiro lugar, a composição mais adequada de financiamento a curto e longo prazo precisa ser determinada. Esta é uma decisão importante, pois afeta tanto a lucratividade da empresa como sua liquidez global. Um segundo problema igualmente importante é saber quais as melhores fontes de financiamento a curto ou longo prazo para a empresa, num dado momento.

Análise de risco e rentabilidade

No sentido mais básico, risco pode ser definido como possibilidade de perda. Os investimentos de maiores possibilidade de perda são encarados como mais arriscados do que aqueles de menores possibilidades de perda. Mais informalmente, os termos risco e incerteza são usados indiferentemente com referência à variabilidade de retornos esperados. O risco existe quando quem toma decisões pode estimar as probabilidades relativas a vários resultados. As distribuições probabilísticas objetivas baseiam-se normalmente em dados históricos. Por exemplo, se um indivíduo deseja determinar as probabilidades relativas aos retornos de um dado investimento, poderá desenvolver uma distribuição probabilística baseada em dados históricos de retornos de outros investimentos do mesmo tipo. A incerteza existe quando quem toma decisões não tem nenhum dado histórico e precisa fazer estimativas aceitáveis, a fim de formular uma distribuição probabilística subjetiva. Neste contexto, as probabilidades são usadas para se determinar mais precisamente o risco envolvido num investimento. A probabilidade representa a chance porcentual de ocorrer certo resultado, e deste modo, ao se atribuir as probabilidades aos resultados de um investimento, é possível estimar o valor esperado de seu retorno. O valor esperado de um investimento é um retorno médio ponderado no qual os pesos usados são as probabilidades dos vários resultados. Apesar de o valor esperado poder não ser recebido, ele é um indicador do retorno provável se o investimento for repetido muitas vezes.

Risco e Tempo

O risco não deve ser considerado apenas em relação ao período de tempo presente, mas como função crescente do tempo. Embora os retornos relativos a um dado ativo se assemelhem a uma anuidade e, portanto tenham valores esperados semelhantes para cada período de tempo, não é raro encontrar diferentes graus de risco. Mesmo quando os valores esperados não são iguais em cada ano, as distribuições probabilísticas de retornos prováveis se tornarão mais dispersas com o passar do tempo, devido à dificuldade de se prever exatamente os resultados futuros. Como regra geral se as previsões forem feitas para um futuro cada vez mais distantes, mais variáveis e, portanto, mais arriscados serão os valores previstos. Obviamente, nos casos em que os retornos foram garantidos contratualmente ou de outra forma, é provável que o risco permaneça constante no tempo. Nos casos em que os valores esperados de retorno em cada ano diferem, deve-se usar o coeficiente de variação para esclarecer as diferenças no risco.

Risco e Retorno

Durante os últimos 20 anos, desenvolveu-se grande volume de teoria com relação à conciliação entre risco-retorno. O aspecto mais importante é o risco global da empresa, julgado pelos investidores de mercado. Tal risco afeta significativamente as oportunidades de investimentos e o que é mais importante, a riqueza dos proprietários. Denomina-se comumente de modelo de precificação de ativos financeiros (CAMP), a teoria básica relativa a risco e retorno. Ela foi desenvolvida para explicar o comportamento dos preços de títulos e fornecer um mecanismo que possibilita aos investidores avaliar o impacto do investimento proposto num título sobre um risco e o retorno do capital como um todo. O administrador financeiro deve entender a avaliação de ações, a fim de assegurar que suas decisões protejam e de preferência aumentem o preço da ação. Abordagens conhecidas, tais como valor contábil, valor de liquidação e multiplicadores preço/lucro são frequentemente usados para estimar o valor da ação. Contudo, a melhor abordagem define o valor da ação como sendo o valor atual de todos os dividendos futuros que se esperam receber durante um horizonte de tempo infinito. Já que a maioria das decisões financeiras afeta ambos, risco e retorno, uma avaliação de seu efeito combinado sobre o valor deve fazer parte dos cálculos da tomada de decisão financeira. Somente devem ser tomadas aquelas medidas que protejam e aumentem a riqueza dos proprietários da empresa.

Riscos Internacionais

Operar nos mercados internacionais envolve determinados fatores que podem influenciar as características de risco, retorno e valor de uma multinacional. Elementos de risco cambial (econômico) relacionam-se à existência de diferentes modelos e ao impacto potencial que possam ter sobre o valor atual das operações no exterior. Riscos políticos provêm principalmente de instabilidade política em inúmeros países e das implicações associadas aos investimentos e operações das multinacionais.

Risco de Projetos

Até este ponto a discussão de técnicas de investimento de capital tem sido baseada num mundo supostamente certo: as entradas de caixa foram conhecidas com certeza. O responsável pelas tomadas de decisão pode encarar as entradas associadas com um projeto com certas somente quando elas forem garantidas pelo governo federal ou por contrato. Utilizando os conceitos básicos de risco, pode-se apresentar algumas técnicas que podem ser usadas para ajustar o risco do projeto em investimento de capital, tais como: a abordagem subjetiva, as árvores de decisão, as abordagens estatísticas, a simulação, o uso de equivalentes com certeza e o uso de taxas de desconto ajustadas ao risco. A abordagem subjetiva do ajustamento ao risco envolve calcular o valor atual líquido de um projeto e então tomar a decisão de um investimento de capital com base na avaliação subjetiva do responsável pelas decisões do risco do projeto, à luz do retorno calculado. As árvores de decisão são diagramas que permitem mapear de maneira clara as alternativas e recompensas de várias decisões, bem como suas possibilidades de ocorrências. Apesar de fornecer um mecanismo que permite a quem toma decisões analisar as escolhas mais claramente e selecionar cursos de ação, as árvores de decisão não são métodos especialmente sofisticados para tratar do risco.

As abordagens Estatísticas

Nas abordagens estatísticas o ponto mais importante é que consideram explicitamente – não subjetivamente - os valores esperados, os desvios-padrão e as correlações entre projetos com vistas a selecionar aqueles que melhor cumprem os objetivos da empresa, través das técnicas combinadas com outras estatísticas. A simulação é uma abordagem mais sofisticada baseada em estatística para tratar do risco. Sua aplicação em investimentos de capital requer a geração de fluxos de caixa usando distribuições probabilísticas predeterminadas e números aleatórios. Pode ser desenvolvida uma distribuição que reúne os vários componentes do fluxo de caixa e repetindo o processo por várias vezes por meio de gráficos, por exemplo. Uma das abordagens mais diretas e, teoricamente, preferida para ajustamento do risco do projeto é o uso de equivalentes à certeza, os quais são fatores que refletem a porcentagem de uma dada entrada de caixa que o responsável pela tomada de decisão financeira aceitaria em troca das entradas de caixa esperadas. Deste modo, o projeto é ajustado ao risco, convertendo, em primeiro lugar, as entradas de caixa esperadas em montantes certos, usando equivalentes à certeza e, então, descontando as entradas de caixa pela taxa livre de risco. As Taxas de desconto ajustadas ao risco é uma última abordagem utilizada para o ajustamento ao risco de um projeto, no qual o administrador financeiro ao invés de ajustar as entradas de caixa pelo risco, como geralmente é feito usando-se a abordagem de equivalência à certeza e outras, desenvolve uma função que expresse o retorno exigido para cada nível de risco de projeto a fim de pelo menos manter o valor da empresa. São bastante úteis, pois são taxas de desconto exigidas pelo mercado para compensar o risco do projeto. Ao descontar as entradas de caixa pela taxa ajustada ao risco adequado, leva-se em conta automaticamente o risco do projeto.

Análise de títulos e ações

Iremos abordar nesse bloco dois dos mais familiares instrumentos financeiros: títulos e ações. Não podemos falar sobre títulos, e ações sem antes compreendermos expressões como: valor presente do capital, valor futuro do capital e fluxos de caixa. Pois bem, valor presente do capital é o valor atual de um capital que só será recebido no futuro, enquanto valor futuro do capital é representado pelo valor atual do capital mais os juros que se obterá com este capital, ao passo que fluxo de caixa é toda entrada e saída de capital de uma empresa. Por exemplo, se determinada empresa faz um investimento de R$: 100, 00, esperando um retorno de 10% ao mês, durante três meses. E, se nesse período tivesse que pagar, a alguns fornecedores, a quantia de R$: 80,00. Quem é o valor presente do capital, o valor futuro do capital e o fluxo de caixa?Simples, o valor presente do capital será o próprio capital (neste caso R$: 100,00), enquanto o valor futuro do capital será o valor investido mais os juros e sua composição (neste caso R$: 133,10), já o fluxo de caixa seria toda essa movimentação de entrada e saída de capital.

Avaliação de obrigações (ou títulos):

Quando uma empresa (ou governo) deseja tomar dinheiro emprestado a longo prazo junto ao publico, geralmente o faz emitindo ou vendendo títulos de dívidas, que podem ser chamados de obrigações. Uma obrigação geralmente é um empréstimo a longo prazo com pagamentos unicamente dos juros e após o vencimento o tomador paga toda a quantia que tomou emprestada. Por exemplo, suponhamos que a UFPE deseje tomar R$1.000,00 emprestado durante 30 anos, e que a taxa de juros de obrigações seja de 12%. A UFPE terá que pagar R$: 120,00 de juros a cada ano, durante 30 anos. Ao final dos 30 anos, ela deverá devolver os R$1.000,00 que tomou emprestado inicialmente. Em nosso exemplo, os juros de R$: 120,00 a cada ano são denominados cupons. O valor que será devolvido no final do empréstimo é denominado valor de face ou nominal. Tal como em nosso exemplo, o valor nominal geralmente é de R$1.000,00, portanto, se determinada empresa precisar de um empréstimo no valor de R$100.000,00 precisará emitir 100 obrigações. Por fim, o valor do cupom anual dividido pelo valor de face é denominado taxa nominal, que no nosso exemplo é igual a 120/1000=12% e, portanto, a obrigação tem taxa nominal de 12%.

Valor de uma obrigação:

Para determinar o valor de uma obrigação em determinado momento, precisamos conhecer: o número de períodos que restam até o vencimento, o valor de face, o cupom e a taxa de juros de mercado para obrigações semelhantes. A taxa de juros requerida pelo mercado (retorno até o vencimento ou YTM) é o principal fator de flutuação do valor de uma obrigação, pois veremos que quando esta taxa aumenta o valor da obrigação diminui e o contrário também é verdadeiro. Para entendermos melhor o comentário anterior sobre valor de uma obrigação, vamos usar um exemplo de uma empresa fictícia chamada XC águas; esta emitiu uma obrigação com prazo de vencimento de 10 anos, com o valor da taxa de mercado estando cotado a 8%, logo, o valor do cupom anual será de R$80, pois como vimos geralmente a obrigação tem o valor de R$1.000,00. Vamos lá, no ato da emissão o valor de mercado da obrigação é igual ao seu valor de face, pois estimamos o valor de mercado de uma obrigação por meio do cálculo separado do valor presente dos 10 cupons anuais - que em nosso exemplo será R$536,81 - e o valor presente do valor de face – que em nosso exemplo é uma quantia que daqui a dez anos renderá, a juros de 8%, R$1.000,00(nesse caso R$463,19)- então, agora é só somarmos os valores encontrados (536,81+463,19=1000,00) e veremos, que realmente, o valor de mercado de uma obrigação no ato de sua emissão é exatamente igual ao seu valor nominal. Porém, o que acontece quando a taxa de juros se altera? Para vermos o que acontece quando a taxa de juros se altera, suponha que, no exemplo anterior, se passe um ano. Agora a obrigação da XC águas tem prazo de vencimento de nove anos. Se a taxa de juros do mercado aumentou para 10%, qual será o valor presente da obrigação? É só refazer os cálculos, alterando a taxa para 10% e o período para 9 anos em vez de 10. Se fizermos tudo certo chegaremos ao valor de R$: 885,00. Note que este valor é R$: 115,00 a menos que o valor de face, portanto, o valor de mercado da obrigação caiu. Porém, se ao invés de aumentar, a taxa de mercado diminuir, o valor da obrigação com certeza aumentará. À essa mudança no preço da obrigação, por conta da taxa de mercado, dá-se o nome de flutuação.

Avaliação de ações:

Para começarmos a abordar o assunto sobre ações precisamos conhecer o conceito sobre dividendo. Dividendo é o pagamento realizado pela empresa a seus acionistas; sendo o seu valor obtido através da divisão entre o lucro liquido e o numero de ações emitidas. Por exemplo, se uma empresa tiver um lucro liquido de R$: 1000,00 e emitiu 10 ações, o dividendo pago será de 1000/10=R$: 100,00.

Valor de mercado de uma ação:

Avaliar o valor de uma ação é um pouco complicado, tendo em vista que seu valor é dado pelo valor presente da soma de todos os dividendos futuros, e, como, na realidade, a maioria dos dividendos são infinitos, pois os acionistas são donos da empresa, e mudam constantemente, conforme a empresa dê lucro ou não, fica difícil achar a soma dos dividendos futuros. E as dificuldades não param ai. Muitas vezes os acionistas passam algum tempo sem receber dividendos, pois o capital é reinvestido, sendo isso bom; porque é sinal que a empresa está crescendo.

Tipos de ações e direito dos acionistas:

Existem basicamente dois tipos de ações: ações preferenciais e ações ordinárias. Como já comentamos, os acionistas podem ficar algum tempo sem receberem dividendos; contudo, à medida que os dividendos vão sendo pagos, os acionistas que possuem ações preferenciais os receberão primeiro, ou seja, eles – os acionistas preferenciais - têm preferência na hora de receber, ao passo que os acionistas com ações ordinárias podem até ficar sem receber, pois seus dividendos podem ser reinvestidos. Logo,é difícil dizer se os dividendos dos acionistas preferenciais são capitais próprios (capitais dos donos da empresa,também acionistas) ou se são capitais de terceiros.Outra característica das ações preferenciais,esta não muito vantajosa,é que essas ações quase sempre não dão direito a voto,e portanto,esses acionistas não detêm poder de decisão. Em uma sociedade por ações, os acionistas controlam a empresa através do seu direito, utilizando-se do voto, de eleger o conselho administrativo, este por sua vez irá contratar os administradores que porão em prática suas diretrizes. É importante frisar que o voto,no caso de uma sociedade por ações,não é unitário,e sim,por número de ações,ou seja,cada ação vale um voto.Com isso,se algum sócio detiver 51% das ações da empresa nunca ficará de fora do conselho administrativo,mesmo que este fosse formado por apenas dois membros.Existem dos tipos de votação: votação cumulativa e votação simples.Na primeira,os votos são distribuídos,da maneira que quiser os acionistas,entre todos os candidatos, a cadeira do conselho, de uma só vez. Já na segunda são votados dois candidatos por vez. Este tipo de votação favorece os interesses dos acionistas que possuem maior número de ações.

Negociação de ações:

As ações são negociadas, ou melhor, compradas e vendidas nas bolsas de valores das quais as mais importantes são a Bolsa de valores de New York e a Nasdaq. A compra e venda de ações consiste em dois mercados: um primário, onde as ações são emitidas pela primeira vez, visando obter recursos às empresas, e outro secundário, onde as ações são negociadas entre investidores, uns querendo comprar e outros, vender. A maior parte das transações no mercado de ações é controlada por distribuidores e corretores. Os primeiros têm sempre ações disponíveis (estoque de ações) e tira sua remuneração comprando e vendendo ações. Já os segundos têm a missão de juntar compradores e vendedores a fim de facilitar a compra e a venda de ações. Como você pode perceber a diferença entre distribuidores e corretores é que um vende e compra o que é seu enquanto o outro compra e vende o que é dos outros.

Vantagem de emitir ações:

Quando uma empresa emitiu obrigações corre um sério risco, pois se não conseguir pagar aos obrigacionistas, estes podem judicialmente se apoderar dos ativos da empresa, levando-a a falência; porém com emissões de ações isso não ocorre, pois como os acionistas são donos da empresa só receberão se a empresa gerar lucro. Do contrario perderão seus investimentos.

Análise financeira de projetos

Uma das funções mais importantes do administrador financeiro é a de planejamento. Para elaborar projetos é preciso, em primeiro lugar, que seja capaz de determinar a situação atual da empresa. Não se deve lançar uma empresa financeiramente fraca num programa de expansão e de grande atividade promocional. Em outras palavras, os projetos precisam ser compatíveis com a capacidade financeira da empresa. Ao administrador financeiro cabe, então, saber como proceder à análise da situação da empresa, ao estimar suas possibilidades. A análise financeira requer que definamos, primeiramente, nosso ponto de vista, quer como credor a curto ou a longo prazo, quer como proprietário. Freqüentemente outras pessoas, além dos proprietários, são convidadas a investir fundos na empresa. Daí a necessidade de o administrador financeiro analisá-la, também do ponto de vista destes terceiros. As demonstrações financeiras da empresa apresentam uma situação tal que encoraje os credores e investidores atuais a continuarem mantendo seus recursos na empresa? Será esta situação é suficientemente boa para atrair novos fundos? Como conhecida a situação financeira da empresa, que espécie de fundos poderão ser procurados? Se uma companhia, por exemplo, já estiver sobrecarregada de dívidas, será desaconselhável planejar empréstimos adicionais. É preciso entender as principais dimensões do processo de planejamento financeiro para administrar eficientemente as atividades financeiras da empresa e, conseqüentemente, maximizar o preço de sua ação. Planejamento de caixa e planejamento de lucro são dois aspectos importantes do processo. O planejamento de caixa, que é realizado em geral pela elaboração do orçamento de caixa, é crítico, uma vez que o caixa é elemento vital da empresa; sem caixa adequada - independente do nível de lucros - a empresa poderá tornar-se inadimplente e falir. O planejamento do lucro normalmente é feito pelas demonstrações financeiras projetadas que mostram os níveis antecipados de lucros, ativos, passivos e patrimônio líquido. Os orçamentos de caixa e as demonstrações projetadas não são apenas úteis para planejamento financeiro interno, mas também são comumente exigidos pelos credores atuais e futuros. O processo de planejamento financeiro inicia-se com a elaboração dos planos financeiros a longo prazo que ditam os parâmetros gerais refletidos nos planos e orçamentos a curto prazo. Em geral, os planos e orçamentos a curto prazo são guias operacionais para atingir os objetivos a longo prazo da empresa.

Planos Financeiros a Longo Prazo

Os planos financeiros a longo prazo em geral refletem o impacto antecipado da implementação de ações planejadas sobre a situação financeira da empresa. Tais planos tendem a cobrir períodos que vão de dois a dez anos; é bastante comum o emprego de planos qüinqüenais, que são continuamente revistos à chegada de novas informações. Geralmente tais empresas, sujeitas a elevados graus de incerteza operacional ou a ciclos de produção relativamente curtos, ou ambos, tenderão a empregar horizontes de planejamentos mais curtos. Os planos financeiros a longo prazo tendem a focalizar a implementação de dispêndios de capital propostos, atividades de pesquisa e desenvolvimento, ações de marketing e relacionadas com o desenvolvimento de produtos, e importantes fontes de financiamento. Deve-se incluir também a conclusão de projetos existentes, de linhas de produto, ou ramos de negócios; reembolso ou amortização de dívidas e quaisquer aquisições planejadas. Tais planos tendem a ser subsidiados por inúmeros orçamentos e planos de lucros anuais.

Planos Financeiros a Curto Prazo

O processo de planejamento financeiro a curto prazo reflete os resultados esperados de ações a curto prazo. Tais planos cobrem um período de um ou dois anos. Dentre os principais insumos incluem-se: a previsão de vendas e várias formas de dados operacionais e financeiros; já os principais resultados incluem inúmeros orçamentos operacionais, o orçamento de caixa e demonstrações financeiras projetadas. Utilizando-se a previsão de vendas como insumo básico, é desenvolvido um plano de produção que leva em conta o tempo necessário para se converter a matéria-prima em produto acabado. A partir do plano de produção, estimam-se os tipos e quantidades de matérias-primas necessárias durante o período de previsão. Com base nestes dados, pode-se programar quando e quanto comprar de matéria-prima, fazer estimativas do montante de mão-de-obra necessária e avaliar os custos indiretos da fabricação. E, por fim, analisar as despesas operacionais, especificamente as despesas com vendas e administrativas, baseando-se no nível de operações necessário para sustentar as vendas previstas. Após a elaboração dessa série de planos, é possível desenvolver a Demonstração do Resultado projetado. O orçamento de caixa pode ser elaborado com base em períodos mensais ou trimestrais de recebimentos e pagamentos. Logo, tendo como insumos básicos a Demonstração do Resultado, o orçamento de caixa, o plano de financiamento a longo prazo, o plano de investimento de capital e o Balanço do período corrente, pode-se desenvolver o Balanço projetado da empresa. A Demonstração do Resultado tem a finalidade de achar a variação projetada em lucros acumulados, depreciação, estoques e impostos. O orçamento de caixa informa os dados sobre o saldo de caixa, o nível de duplicatas a receber, o nível de duplicatas e títulos a pagar. O plano de financiamento a longo prazo informa os dados sobre as variações nos passivos a longo prazo e no patrimônio líquido que podem ser atribuídas a decisões de financiamento. Já as variações esperadas nos ativos imobilizados são indicadas no plano de investimento de capital. O Balanço Patrimonial do período precedente fornece valores iniciais que permitirão a mensuração das alterações em várias contas do balanço como ativos permanentes, ações ordinárias e lucros acumulados. Do Balanço do período mais recente extraem-se os valores para o saldo inicial de estoques, de duplicatas a receber, de caixa e de passivos. Salienta-se, ainda, a importância de se comparar o Balanço projetado com o Balanço corrente, para verificar se a demonstração projetada foi satisfatória. Pode haver uma discrepância nítida que poderá ser reconciliada mediante análise posterior.

Orçamento de caixa

O orçamento de caixa possibilita ao administrador planejar suas necessidades de caixa a curto prazo, ou seja, dá se atenção aos excessos e faltas de caixa e tem-se uma visão clara da época em que ocorrerão recebimentos e pagamentos previstos durante um determinado período. O orçamento de caixa cobre, geralmente, um ano, embora possa ser desenvolvido para qualquer período, que por sua vez, é subdividido em intervalos. O número e o tipo de intervalos vão depender da natureza do negócio. Quanto mais sazonais e incertos forem os fluxos de caixa da empresa, tanto mais numerosos devem ser os intervalos. Se foi feito um orçamento de caixa para um período superior a um ano, justificam-se intervalos temporais menos freqüentes devido às dificuldades e incerteza de se prever vendas e itens que envolvem caixa. Para se reduzir a incerteza do orçamento de caixa, além de muita cautela no preparo das previsões de vendas e de outras estimativas incluídas, há duas alternativas: elaborar vários orçamentos de caixa, cada um baseado em suposições diferentes ou um mais sofisticado que usa a distribuição probabilística dos fluxos finais de caixa para cada mês, que determina o montante de financiamento necessário para obter certo grau de proteção contra um déficit de caixa.

Planejamento do Lucro

O processo de planejamento do lucro está centrado na elaboração de demonstrações projetadas – Demonstrações do Resultado e Balanços Patrimoniais. A elaboração dessas demonstrações exige uma fusão cuidadosa de inúmeros procedimentos que levem em conta as receitas, custos e despesas resultantes do nível de operações antecipado.

Custo de Capital

O custo de capital (CC) é a taxa de retorno que uma empresa precisa obter sobre seus investimentos, de forma a manter inalterado o valor de mercado da empresa (o valor da empresa pode ser considerado o valor atual dos lucros esperados da empresa). Ela pode ser imaginada como a taxa de retorno exigida pelos investidores de mercado para atrair o financiamento necessário a preço razoável. Mantido constante o risco, projetos com taxa de retorno abaixo do custo de capital diminuirão o valor da empresa; projetos com taxa de retorno acima do custo de capital aumentarão seu valor.

Risco: Uma suposição básica da análise tradicional do custo de capital é que o risco do negócio e o risco financeiro da empresa não são afetados pela aceitação e financiamento de projetos.

Risco de negócio (RN): está relacionado com o lucro operacional, ou LAJIR (lucro antes de juros e impostos de renda), em conseqüência das variações nas vendas da empresa. Os projetos aceitos pela empresa podem afetar muito seu risco do negócio. Se uma empresa aceitar um projeto que tem consideravelmente maior risco do que o risco médio dos projetos, é muito provável que os fornecedores de fundos à empresa-empréstimos e capital próprio, irão elevar o custo dos fundos para compensar pelo risco maior, e vice-versa. Ao analisar o custo de capital, supõe-se que o risco do negócio da empresa se manterá inalterado (que os projetos aceitos não afetarão a variabilidade das receitas de vendas da empresa).

Risco financeiro (RF): é relacionado com a variação do lucro por ação da empresa, LPA (divisão do lucro disponível aos acionistas comuns, LDAC) pelo número de ações ordinárias existentes (ação possuída pelos “verdadeiros donos” da empresa) decorrente das variações do LAJIR. É afetado pela composição do financiamento a longo prazo, ou estrutura de capital da empresa. Aumentando a proporção do financiamento de custo fixo - financiamento a longo prazo, leasing e ações preferenciais (tipo de capital próprio cujos titulares detêm certos privilégios, principalmente o direito de receber um dividendo periódico fixo. As reivindicações de acionistas preferenciais são prioritárias em relação às de acionistas comuns, em caso de liquidação) em sua estrutura de capital, a empresa elevará seu risco e conseqüentemente seus custos financeiros, e vice-versa. Ao analisar o custo de capital supõe-se que o risco financeiro se manterá inalterado (as decisões financeiras não afetam o grau de reação do LPA às mudanças do LAJIR).

Impostos (I): É preciso que o custo de capital, que foi usado para descontar os fluxos de caixa na determinação de VAL’s (o valor atual líquido é igual ao valor atual das entradas de caixa menos investimento inicial) e IL’s (o índice de lucratividade é igual ao valor atual das entradas de caixa dividido pelo investimento inicial) bem como da taxa de corte para TIR’s (taxa interna de retorno de um projeto). A taxa de desconto que faz o valor atual de um projeto igualar-se exatamente a zero. Se o TIR de um projeto for maior que o custo de capital, o projeto será aceitável; do contrário, deve ser rejeitado, também seja medido numa base após o imposto de renda.

Fator fundamental que afeta os custos de financiamento

Já que o CC é medido sob a suposição de que tanto o RN como o RF são fixos e que a preferência do investidor perante o risco permanece inalterada, o único fator que afeta os vários custos específicos de financiamento é aquele constituído pelas forças de oferta e demanda que operam no mercado para fundos a longo prazo. Nestas circunstâncias, o custo livre de risco de fundos é de importância fundamental na avaliação de custos de financiamento. Independente do tipo de financiamento utilizado, a seguinte relação geral deverá prevalecer: Kj = rj + bp + fp (o custo específico dos vários tipos de financiamento a longo prazo (Kj) é igual à soma do custo livre de risco de um dado tipo de financiamento (rj) mais o prêmio de risco do negócio (bp) mais o prêmio de risco financeiro (fp)). A equação indica que o custo de cada tipo específico de capital depende do custo livre do risco daquele tipo de fundos, do risco do negócio e do risco financeiro da empresa. Já que supõe que o risco do negócio e financeiro da empresa sejam constantes, a variação no custo de cada tipo capital, j, no decorrer do tempo deve-se apenas às variações na oferta e demanda de cada tipo de fundos, j. O custo de cada tipo de capital para uma dada empresa comparado com o custo para outra empresa pode diferir em relação ao grau dos riscos do negócio e financeiro, relativos a cada empresa, já que o custo livre de risco de certo tipo de fundos permanece constante. Diferentes prêmios de RN e de RF, bp e fp, correspondem a níveis diferentes de risco do negócio e financeiro. Estes prêmios são diretamente relacionados ao RN e RF de uma empresa. Para comparações dentre a própria empresa, o único fator diferenciador é o custo sem risco do tipo de financiamento, já que supõe que o RN e RF sejam constantes. Assim, se RN e RF forem mantidos constantes para uma dada empresa, o custo de um dado tipo de capital para a empresa será alterado com o decorrer do tempo (supondo-se preferências de investidores perante o risco inalterado) somente em função das variações no custo sem risco da fonte de financiamento. O custo de um dado tipo de capital para duas empresas no mesmo instante difere apenas de acordo com as configurações de risco das empresas. Ao se fazer esta afirmação, contudo, supõe-se que os vários fornecedores de fundos no mercado considerem o risco relativo a cada empresa do mesmo modo. As diferentes percepções de risco por fornecedores de fundos poderiam ocasionar diferentes custos financeiros.

Conceitos básicos:

Embora o CC seja determinado num dado momento, este deve refletir o custo de fundos por longo tempo, com base nas melhores informações disponíveis. A importância disso deveria ficar especialmente clara já que o CC é usado em investimento de capital para justificar dispêndios que geram benefícios a longo prazo. Do mesmo modo que a empresa estima cuidadosamente o investimento inicial e as entradas de caixa associadas a um dispêndio de capital, ela deve também estimar com o cuidado seu CC. Erros em qualquer uma dessas atividades poderiam resultar na aceleração de projetos não-aceitáveis, ou na rejeição de projetos aceitáveis. Apesar de que na verdade as empresas levantam em geral recusam em blocos, o CC precisa refletir o inter-relacionamento das atividades financeiras. Por exemplo, se uma empresa vende hoje obrigações (títulos) a fim de obter fundos, é bem provável que terá que usar, na próxima vez que levantar fundos, alguma forma de capital próprio, tal como ações ordinárias. Em geral, a empresa terá uma estrutura-meta de capital ou desejada que pretende conservar-se por longo tempo a fim de maximizar a riqueza. Embora as empresas levantem recursos em blocos, elas visam alguma composição desejada de financiamento para maximizar a riqueza dos proprietários. Devido ao inter-relacionamento das decisões financeiras, a empresa deve usar um custo combinado que a longo prazo forneceria as melhores decisões. Ao ponderar o custo de cada fonte de financiamento por sua proporção na estrutura-meta de capital da empresa, pode ser obtido o custo médio ponderado que reflita o inter-relacionamento das decisões de financiamento.

Custos de fontes específicas de capital:

Trata dos procedimentos utilizados para se mensurar os custos d fontes específicos de capital. Com destaque às fontes de fundos a longo prazo disponíveis a uma empresa. O financiamento a longo prazo dá suporte aos investimentos nos ativos fixos da empresa, supondo que estes tenham sido selecionados através de técnicas apropriadas de investimento de capital. As fontes básicas de fundos a longo prazo são empréstimos a longo prazo, ações preferenciais, ações ordinárias e lucros acumulados.

Custo do empréstimo a longo prazo (DEBÊNTURES): Possui dois elementos básicos: um deles é representado pelos juros anuais e o outro advém da mortização de descontos ou prêmios (pagos ou recebidos), quando o empréstimo foi inicialmente emitido.

Recebimentos líquidos: a maioria dos empréstimos a longo prazo para empresa são incorridos através da venda de debêntures (certificado indicando que uma empresa tomou um empréstimo certa quantia, com a promessa de devolvê-la no futuro). Os recebimentos da venda debêntures são os fundos obtidos pela venda após o pagamento das taxas de subscrição e corretagem. Às vezes, os recebimentos líquidos da venda de uma debênture são maiores do que seu valor nominal, ou seu valor na data do vencimento. Em geral, isto ocorre quando os juros declarados numa debênture (a taxa de juros do cupom) forem maiores do que os juros relativos a outros instrumentos de dívida de risco semelhante. A debênture é vendida com prêmio (mais do que seu valor nominal), de modo a ajustar a taxa de retorno efetiva com os vigentes no mercado. Debêntures que são vendidas por menos do que seu valor nominal, ou com desconto, têm taxas de juros (do cupom) abaixo das vigentes, para instrumentos de dívida de risco semelhante. A venda de debêntures com desconto torna a taxa de retorno efetiva para o comprador em condições de competir com as taxas de investimento de débito de risco semelhante. Os custos de subscrição e corretagem reduzem os recebimentos líquidos da venda de uma debênture com prêmio, ou com desconto, ou a seu valor nominal.

Cálculo do custo do empréstimo

Precisa ser definido numa base após o imposto de renda. O custo de empréstimo antes do imposto de renda (Kd), pode ser convertido no custo de empréstimo após o imposto de renda (Ki), pela seguinte equação: Ki = Kd (1 – t). Sendo “t” a alíquota marginal de imposto de renda da empresa.

Forma simplificada de se aproximar o custo de empréstimos

Envolve a determinação da saída anual média, que consiste nos juros anuais mais a amortização de qualquer prêmio ou desconto, e a divisão dessa saída pelo montante médio emprestado. O custo aproximado do empréstimo (CAE) antes do imposto de renda, para uma debênture com um valor nominal “x” poderá ser encontrado pela seguinte equação: CAE = I + 2 (x – Nb)/n(Nb + x),

Onde:

I = pagamento anual de juros;

Nb = recebimentos líquidos da venda de uma debênture;

n = prazo da debênture em anos.

Custo da ação preferencial

Os acionistas preferenciais têm que receber seus dividendos declarados antes da distribuição de qualquer lucro aos acionistas comuns. Já que a ação preferencial é uma forma de propriedade, e uma empresa é vista em continuidade, os recebimentos da venda de ações devem ser mantidos durante um período infinito de tempo.

Declaração de dividendos preferenciais

O montante de dividendos preferenciais a serem pagos cada ano, antes que o lucro possa ser distribuído aos acionistas comuns, poderá ser declarado ou como porcentagem do valor ao par ou nominal da ação.

Montantes monetários: A maioria dos dividendos preferenciais é declarada como “x reais ao ano”.

Montantes percentuais: Às vezes, os dividendos preferenciais são declarados como uma taxa anual de porcentagem.

Cálculo do custo da ação preferencial

O custo de ação preferencial (Kp) é obtido dividindo-se o dividendo preferencial (Dp) pelos recebimentos líquidos da venda da ação preferencial (Np). Os recebimentos líquidos representam o montante de dinheiro a ser recebido, livre de quaisquer despesas de emissão e vendas, exigidas para se negociar a ação. Kp = Dp/Np

Custo da ação ordinária:

É baseado na premissa de que o valor de uma ação numa empresa é determinado pelo valor atual de todos os dividendos futuros, que deverão ser pagos sobre a ação. A taxa de desconto destes dividendos esperados, que determina seu valor atual, representa o custo da ação ordinária.

Valores da ação

A suposição fundamental, a partir da qual se calcula o custo da ação ordinária, é que o valor da ação é igual ao valor atual de todos os dividendos futuros que deverão ser pagos sobre a ação durante um período de tempo ilimitado. Nem todo o lucro é pago como dividendo, porém, espera-se que os lucros que forem retidos e reinvestidos elevarão os dividendos futuros.

Taxas de crescimento

Outra Suposição necessária é que a taxa de crescimento nos dividendos e lucros é constante, num período de tempo infinito. Este pressuposto sugere uma taxa constante de distribuição de dividendos (dividendos por ação que correspondem a uma porcentagem constante dos lucros por ação) por parte da empresa. Supõe-se que a taxa de crescimento seja mensurável, geralmente com base no crescimento passado referente aos lucros reportados pela empresa.

Classe de risco

Refere-se ao risco de uma empresa, inferido pelos acionistas existentes e potenciais. Supõe-se que as empresas que os investidores consideram tendo o mesmo risco (mesmo grau de RN e RF) terão seus lucros esperados descontados a uma taxa idêntica. Os acionistas comuns, bem como os possuidores de debêntures e ações preferenciais, esperam maiores retornos para maiores níveis de risco. À medida que aumenta o risco, o retorno exigido eleva-se também, e vive-versa. No caso de debêntures se a empresa assumir maiores riscos, os retornos aos seus possuidores serão elevados, pois, as debêntures são vendidas com descontos no mercado. Isto é, semelhança ao que ocorre com as ações preferenciais. No caso de ações ordinárias, maiores riscos devem resultar em maiores retornos aos proprietários; caso contrário o preço de suas ações cairá. Obviamente, está implícito nesta suposição, segundo a qual as empresas de risco equivalente têm seus lucros descontados à mesma taxa, um outro pressuposto de que os investidores, existentes e potenciais, podem medir exatamente o risco da empresa e, consequentemente, forma-se um consenso geral sobre a taxa a descontar os lucros da empresa.

Como achar o custo de ações ordinárias

É igualmente definido como a taxa segundo a qual os investidores descontam os dividendos esperados da empresa, a fim de determinar o preço de mercado de uma ação ordinária da empresa. A taxa de desconto é uma função do retorno livre de risco, ajustada de acordo com o RN e RF da empresa.

Há duas técnicas para medir o custo da ação ordinária: O modelo de avaliação com crescimento constante (MACC ou Modelo de Gordon) ou o modelo de precificação de ativos financeiros (CAPM, Capital Asset Pricing Model, em português, MPAF). O MPAF difere do de Gordon ao se considerar diretamente o risco da empresa, a fim de determinar o retorno exigido ou custo da ação ordinária. O MACC não leva em conta o risco; ao invés, utiliza o preço de mercado como reflexão de preferência risco-retorno esperado dos investidores de mercado. Esse último modelo é preferido, pois os dados requeridos são disponíveis mais rapidamente. Outra diferença reside no fato de que quando o modelo de avaliação com crescimento constante é usado para encontrar o custo de ação ordinária, ele pode ser facilmente ajustado para custos de colocação na determinação do custo de novas ações ordinárias. O MPAF não fornece tal mecanismo de ajustamento pelo fato de que o modelo não inclui o preço de mercado, uma variável necessária para efetuar tal ajustamento.

Modelo de Avaliação com Crescimento Constante (MACC ou Gordon)

Baseia-se na premissa geralmente aceita de que o valor de uma ação é o valor atual de todos os dividendos previstos que gerará por um horizonte de tempo infinito. Ks = D1 + g/Po,

Sendo:

Ks = Taxa de retorno exigido de ação ordinária;

D1 = Dividendo por ação esperado no 1º ano;

Po = Preço corrente da ação ordinária;

g = Taxa anual de crescimento constante nos dividendos e lucros.


Modelo de Precificação de Ativos Financeiros (MPAF, ou CAPM):

O modelo descreve o relacionamento entre a taxa exigida ou custo da ação ordinária (Ks) e os riscos não-diversificáveis ou relevantes da empresa, conforme refletido por seu índice de risco não-diversificável(B).

Ks = Rf + Bx (Km – Rf) ;

Sendo:

Ks = Taxa exigida ou custo da ação ordinária;

Rf = Taxa de retorno exigido do ativo livre de risco a qual é geralmente mensurada pelo retorno sobre títulos governamentais;

Km = Taxa de retorno exigido da carteira do mercado de ativos que pode ser vista como a taxa média de retorno de todos os ativos.

Custo de novas emissões de ação ordinária:

Sendo o propósito, de se achar o custo total de capital, determinar o custo após o imposto de renda de novos fundos exigidos para financiar projetos, é preciso dar-se atenção ao custo de novas emissões de ações ordinárias. Supondo-se que os novos fundos sejam levantados nas mesmas proporções da estrutura de capital existente, basta achar o custo de subscrição e vendas de novas emissões para se chegar ao custo destas. É provável que, a fim de vender uma nova emissão de ações ordinárias, o preço de venda tenha que estar abaixo do preço corrente de mercado.

Custo de lucros retidos

Os lucros retidos são muitas vezes considerados uma emissão de ações ordinárias adicionais inteiramente subscritas, pois eles aumentam o patrimônio líquido do mesmo modo que uma emissão de ações ordinárias. O custo de lucros retidos precisa ser considerado como o custo de oportunidade dos dividendos que os acionistas comuns existentes deixariam de receber. Se a empresa for incapaz de ganhar sobre seus lucros retidos tanto quanto outras empresas com um nível de risco, supõe-se que os acionistas preferirão receber esses lucros em forma de dividendos, de modo a poderem investi-los nas outras empresas. Quando a companhia retém lucros, supõe-se que os acionistas não possam ganhar tanto sobre o dinheiro em outro lugar quanto a empresa através de reinvestimento. Ao receber lucros, a empresa evita os custos de subscrição ou deságio e ainda levanta capital próprio.

Mensuração do Custo Médio (ou global) Ponderado de Capital (CMePC)

O CMePC é encontrado ponderando-se o custo de cada tipo específico de capital por sua proporção na estrutura de capital da empresa. Vejamos os esquemas comuns de ponderação e os procedimentos e considerações envolvidos no cálculo do CMPC:

Esquemas de ponderação: Os pesos podem ser calculados como valor de livro ou valor de mercado, e como históricos ou metas.

Valor de Livro X Valor de Mercado

Pesos de valor de livro são baseados no uso de valores contábeis para estabelecer a proporção de cada tipo de capital na estrutura da empresa. Pesos de valor de mercado medem a proporção de cada tipo de financiamento pelo seu valor de mercado. Pesos de valor de mercado são sem dúvida preferidos sobre pesos de valor de livro, porque os valores de mercado dos títulos aproximam-se mais da quantia real a ser recebida de sua venda. Contudo, é mais difícil calcular os valores de mercado das fontes de capital próprio (ação preferencial, ação ordinária, lucros retidos) do que usar os valores do livro.

Histórico X Meta

Pesos históricos podem ser pesos de livro ou de mercado, baseados em dados efetivos. Por exemplo, as proporções de livros passados, bem como correntes, poderiam ser uma forma de ponderação histórica. Da mesma forma, proporções de mercado (passadas ou correntes) poderiam representar um esquema de ponderação histórica. Tal esquema de ponderação seria, portanto, baseado em proporções efetivas ao invés de desejadas. Pesos-meta, que também podem basear-se em valores de livro ou de mercado refletem as proporções desejadas de estrutura de capital. Empresas que utilizam pesos-meta estabelecem essas proporções com base na estrutura “ótima” de capital que desejam atingir. As empresas que acreditam que sua estrutura de capital seja “ótima” usarão pesos históricos, já que nesses casos eles refletem de fato a estrutura-meta de capital. O esquema de ponderação preferido é o das proporções-meta de valor de mercado, do ponto de vista estritamente teórico.

Cálculo do CMePC

O custo médio ponderado de capital (Ka) é feito multiplicando-se o custo específico de cada fonte de financiamento para sua proporção na estrutura de capital da empresa e somando-se os valores ponderados. Ka = WiKi + WpKp + WsKr (Kr ou Kn) ;

Onde:

Wi = proporção de empréstimo a longo prazo na estrutura de capital;

Wp = proporção de ações preferenciais na estrutura de capital;

Ws = proporção de ações ordinárias na estrutura de capital

Obs.: Wi + Wp + Ws = 1.

Mensuração do Custo Marginal Ponderado de Capital (CMaPC)

É o quadro ou gráfico que relaciona o CMPC da empresa ao nível do novo financiamento. Esses custos crescentes são atribuíveis ao fato de que os fornecedores de capital exigirão maiores retornos em forma de juros, dividendos ou crescimento, a fim de compensar o risco aumentado introduzido à medida que se incorre em grandes volumes de financiamento. Um segundo fator a contribuir para o custo aumentado diz respeito ao uso de financiamento de ações ordinárias. A parcela do novo financiamento fornecida pela ação ordinária será tomada dos lucros retidos disponíveis até exauridos, e então, obtida através de financiamento de novas ações ordinárias. Já que os lucros retidos são uma forma de financiamento de ações ordinárias menos cara que a venda de novas ações ordinárias, deveria ficar claro que uma vez exauridos os lucros retidos, o CMePC aumentará com a adição de novas ações ordinárias mais dispendiosas.

Cálculo do CMaPC

1ª etapa: o custo de cada fonte de financiamento para vários níveis de emprego de financiamento deve ser determinado através de uma análise de condições correntes de mercado.

2ª etapa: usando proporções históricas ou metas de estrutura de capital de empréstimo, ações preferenciais e ações ordinárias, os níveis do novo financiamento total, nos quais muda o custo dos novos componentes, devem ser determinadas. Os níveis nos quais aumentam os custos dos componentes são chamados de pontos de ruptura. São calculados na seguinte equação:

BPi = TFi/Proi,

Sendo:

Bpi = ponto de ruptura para a fonte de financiamento “i”;

TFi = total do novo financiamento da fonte “i” no ponto de ruptura;

Proi = proporção da estrutura de capital (histórica ou meta) para a fonte de financiamento “i”

3ª etapa: uma vez determinados os pontos de ruptura, deve ser calculado o CMePC sobre a faixa de financiamento total entre os pontos de ruptura. Primeiro, é achado o CMePC para o nível de novo financiamento total entre 0 e o 1º ponto de ruptura. Em seguida, é achado o CMePC para um nível de novo financiamento total entre o 1º e o 2º ponto de ruptura, e assim por diante. Por definição, para cada uma das faixas de novo financiamento total entre os pontos de ruptura, aumentarão determinados componentes de custo de capital, levando o CMePC a aumentar ao nível mais elevado que durante a faixa precedente.

4ª etapa: uma vez determinado o CMePC para cada faixa de novo financiamento total, é preparado um quadro desses resultados. O quadro mostra o CMePC relativo a cada faixa de financiamento total. Esse relacionamento é chamado de CMaPC, visto que ele apresenta CMePC para cada nível de financiamento total. Essa função, geralmente mostrada em gráfico, fornece um mecanismo pelo qual a empresa pode selecionar mais rapidamente, entre as oportunidades de investimento disponíveis, aquelas que maximizariam a riqueza dos proprietários.

Uso do CMaPC para a tomada de decisão

O CMaPC deveria ser usado em conjunto com as oportunidades de investimento disponíveis à empresa, a fim de possibilitar a escolha dos investimentos a serem implementados.